quarta-feira, 13 de junho de 2012

Feliz dia dos Namorados!







- Toda minha família era contra o meu casamento. Eu sofri demais minha filha. Eu fiquei noiva de um rapaz, por 2 anos e meio. Mas ele foi morar em Brasília. Mas eu gostava mesmo do seu avô. Só que ele nunca chegava em mim. A gente se conhecia desde criança, morávamos no mesmo sítio. O irmão dele se casou com minha irmã. Meus pais tinham uma confiança grande nele. Mas quando eu comecei a namorar com ele mamãe foi contra. Aí eu tive que sair de casa. Saí de casa. Arrumei um vestido todo de renda com uma amiga minha, fui provar o vestido em João Pessoa escondida de mamãe. Porque quem me levou foi seu avô, e naquele tempo a mulher não podia sair com o homem porque o povo já dizia coisa sabe? Pois seu avô pagou o taxi de Alhandra pra João Pessoa pra eu poder provar o vestido. E eu ainda ganhei um arranjo pra o cabelo e pras mãos. Arrumaram tudo pra gente. Eu não queria chorar no dia do casamento, porque ninguém da minha família apareceu. Nem mamãe, nem papai. Sofri demais minha filha... - ela para de falar e vai até a janela que dá para o bequinho cheio de plantinhas e grita - Ô Valdo, vem almoçaaar! - ela chama vovô que tá sentado lá fora, e volta a se encostar no balcão da cozinha - Mas é assim mesmo né minha filha? Eu sempre tive muita fé em Deus. E a gente tá juntos vai fazer 50 anos.




E eu ouvi isso e muito mais hoje, no dia dos Namorados. E se me perguntarem o que é amor eu digo que é isso. Eu digo que quando eu for bem velhinha e alguém me perguntar sobre o grande amor da minha vida, eu não quero procurar em fotografias, nem buscar na memória, eu quero gritar que nem ela "Ô Valdo, vem almoçar", quero poder dizer, "Ele tá ali, sentado olhando a rua..."


Aos meus Avós, Dona Ná e Seu Valdo.




"De todo amor que eu tenho, metade foi tu que me deu" (Maria Gadú)

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