quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

José, seus irmãos, seu pai e o CSI da Bíblia

“Tomados de inveja e ódio combinaram entre si de matá-lo... deixando-o quase nu jogaram-no num poço, depois foram saborear uma deliciosa refeição”.

Planejar a morte e a executar com tamanha frieza, conforme descrito acima, parece, para o leitor desinformado, que se trata de um texto de um jornal sensacionalista, ou que seja a chamada de um programa televisivo jornalístico policial ou que tenha sido extraído de um romance policial, ou seja, um trecho dos seriados CSIs da vida.

Que nada! Extraí esse texto da Bíblia, da história de José e seus irmãos, uma das famílias mais abençoadas e amadas por Deus. É estranho, mas aqui se fala de pessoas que estavam debaixo do mesmo amor, da mesma graça, da mesma fé e da mesma promessa de Deus. Ainda assim, o ambiente familiar era de traição, morte, inveja, ódio, rivalidade, frieza afetiva e, acredite se puder, naquele ambiente havia amor.

Tirei algumas lições desse fato bíblico registrado a partir de Gênesis 37.1:

1. A graça de Deus vai além de nossas bondades e maldades. Ambas ele as conhece muito bem. Nós, pequenos que somos, limitamo-nos a amar, odiar, julgar, condenar e absolver.

2. Somos mais propensos a acreditar que Deus tem promessa pra nós se Ele as “revelar” especificamente, como fez através de sonho a José. Sendo que o silêncio divino apenas demonstra que ele não quis falar. Só isso. A história de José e seus irmãos demonstra que Deus tem promessas e propósitos maravilhosos para todos.

3. Algo tão nobre como o amor, se mal administrado, pode gerar traumas importantes. Jacó amava mais a José que a seus irmãos. Tinha-o como troféu que premiava o seu vigor sexual na velhice. Quanta imaturidade! Há pais que esquecem que o amor deve ser distribuído igualmente entre os filhos. As consequências foram que Jacó formou filhos que se tornaram rebeldes sem causa, odiosos, invejosos, traiçoeiros e homicidas.

4. Se Deus lhe “revelar” promessas tome cuidado com quem e como as compartilha, pois você não sabe se por trás do “amém, irmão”, ou do “Deus é fiel na sua vida, irmão”, surgirá um homicida em potencial.

5. Apesar do que sofreu nas mãos dos seus irmãos e das circunstâncias adversas que marcaram sua vida, José:

a. Não deixou de amar aqueles que o odiaram, maltrataram, traíram e se esqueceram dele.

b. Não descreu da firmeza e cumprimento certo das promessas de Deus.

c. Não deixou definhar sua comunhão, sua santidade e sua fidelidade a Deus, mesmo nos momentos mais amargos da vida.

d. Quando Deus o exaltou, conforme ao que lhe tinha revelado, tratou seus irmãos com amor, calor, lágrimas de afeto e sem vingança.

6. A sexta lição ensina que o tempo de Deus cumprir as promessas chega, então, nada impedirá que elas se concretizem.

7. A sétima lição confirma que somos fruto do meio no qual vivemos, que somos fruto de nossa sorte e azar na vida, que somos fruto do amor ou da falta dele, que somos fruto dos traumas e dos privilégios da vida, e que somos fruto da consciência que temos de Deus e da consciência que temos dele na nossa vida. Nós é que escolhemos do que seremos fruto.

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